Roberto de Sousa
Salles, Reitor da Universidade Federal Fluminense, comunico que enviei para
você nesta data, 7 de maio de 2012, por Sedex (código para rastreamento
SI375026628BR), o meu diploma de Engenheiro Industrial Metalúrgico outorgado
por essa universidade, anexado a carta no seguinte teor:
Anexado à presente,
devolvo a essa universidade, aos seus cuidados, o meu diploma de Engenheiro
Industrial Metalúrgico outorgado por essa universidade. Esse diploma foi motivo
de grande orgulho para mim, desde quando o conquistei e recebi, até o dia 4 de
maio de 2012, quando essa universidade, sub sua regência, outorgou o título de
Doutor Honoris Causa a Luiz Inácio “Lula” da Silva.
Não aceito ser
bacharel por uma universidade que, por um lado, é tão rigorosa ao selecionar e
diplomar seus alunos e, por outro lado, outorga alegremente o título de Doutor
Honoris Causa a um indivíduo que ao longo de toda a sua vida pública tem
demonstrado reiteradamente profundo desprezo pela educação formal.
Sem levar em conta
aspectos éticos e políticos da história desse indivíduo, entendo que qualquer
reitor de qualquer universidade que outorgar a ele qualquer título honorífico
estará debochando de todos aqueles que concorreram a vagas, cursaram faculdades
e se diplomaram nessa universidade. A Universidade Federal Fluminense praticou,
sob a sua regência, um ato de vassalagem voluntária que denigre a história da
universidade e diminui o mérito de todos que nela conquistaram algum título
respeitando a educação formal e se dedicando ao estudo e à aquisição de
conhecimento.
A História mostra que
muitas pessoas e até mesmo povos inteiros já foram submetidos a vassalagem
involuntária. A História mostra também que muitos resistiram e lutaram
bravamente contra essa vassalagem involuntária e, independentemente do sucesso
ou do fracasso dessa luta, o simples fato de terem resistido e lutado os honra.
A grande maioria se acomodou e isso não constitui uma desonra – apenas faz
parte da natureza humana. A verdadeira desonra é a vassalagem voluntária – que
caracteriza uma minoria que ainda não entendeu e não representa a verdadeira
natureza humana.
Preste vassalagem em seu
próprio nome. Não envolva a universidade e o seus corpos docente e discente
passados, presentes e futuros nos seus atos de vassalagem. Se quer se dar ao
desfrute de espojar diante de quem quer que seja, tenha a coragem de fazê-lo em
seu próprio nome, sem arrastar no chão a toga da Universidade Federal
Fluminense.
Receba, senhor Reitor,
o meu profundo pesar e a mais plena reprovação por esse ato.
República Federativa do Brasil, 7 de maio de 2012