quarta-feira, 24 de julho de 2013

A história de Lullubelle


Diferentemente da turma glauberiana, que alardeava na década de 50 que “arte se faz com uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”, atualmente, caso você não seja um “mensaleiro”, pra que sua “arte” deixe de ser um malfeito e passe a ser percebida como “coisa” de expressão – símbolo de uma ideia/pensamento - é preciso algo mais. É preciso ter uma marca, uma imagem que, sem muitas palavras, decodifique sua mensagem direto nas redes neuronais da galera, sem muitos processos intermediários, pois essa turma não digere muito bem qualquer ideia/pensamento, escrita, com mais de 140 caracteres - nesses casos, a informação tem que ser injetada diretamente no neurônio... aí a importância dos sinais, imagens, símbolos&marcas.

Dizem os entendidos no assunto que o significado das palavras é um conceito que abrange pensamento + sinais. “As palavras são sinais, e, como todos os sinais, indicam alguma coisa, ao contrário dos símbolos que tomam o lugar da coisa”. 

Daí alguns acharem que a comunicação atual, de certa forma, realiza um retrocesso aos primórdios da escrita, onde a comunicação era feita através de símbolos e sinais - escrita cuneiforme, ideogramas e hieróglifos - ali pelos idos de 3000 AC. Pode até ser, mas os sinais atuais são mais bonitos, mais cleans e mais fashions, produzidos por bilhões de pixel e, às vezes, em 3D - o que não era muita novidade para os sumérios e egípcios, pois a escrita cuneiforme e os hieróglifos, quando em alto relevo, sugerem um 3D sem efeitos especiais ou um 2D com efeitos especiais – é só uma questão de ponto de vista.

Como careço de tamanha iluminação, pensei: por que reinventar a roda se ela já rola por aí redonda e eficientemente? Então fui a cata de um “símbolo” que sintetizasse a “filosofia” do Q&M, que em linhas gerais resume-se: Não seguir nenhuma linha política-filosófica e não ter muito critério nas escolhas (que é para manter a coerência).

Aí que surgiu a Lullubelle.

A vaquinha foi capa do disco Atom Heart Mother, um álbum de rock progressivo gravado em 1970, pela banda britânica Pink Floyd – da qual eu era fanzaço. O álbum chegou ao primeiro lugar em números de vendas, no Reino Unido e foi disco de ouro, em Março de 1994, nos Estados Unidos. Foi quando Lullubelle correu pro abraço e virou celebridade.

A capa do disco é uma das mais enigmáticas da história da música. O bovino mais famoso do rock mundial aparece tanto no vinil, quanto no CD. Lullubelle III, uma cruza das raças holandesa e normanda, foi fotografada em uma propriedade rural do interior da Inglaterra. A gravadora pagou ao dono da propriedade cerca de mil libras pelos “direitos de imagem” do animal.

Foi mamão com mel. Pensei: se a imagem enigmática dessa vaca tem tanto magnetismo assim, vou pegá-la emprestada como símbolo/marca deste blog e seus afins e surfar nesta energia bovina. E ainda tem a vantagem de que se amanhã, por ventura, vierem me cobrar direitos sobre a imagem de Lullubelle, apelo para a Sociedade Protetora dos Animais e me asilo na embaixada da Índia, onde a vaca é um animal – símbolo/marca - sagrado.


É isso. CDantas 

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Qualquer criança sabe, qualquer criança brinca...

Cerca de 81% dos brasileiros consideram os partidos “corruptos ou muito corruptos”, segundo pesquisa Ibope divulgada ontem pela Transparência Internacional. Isso quer dizer que quatro de cada cinco pessoas põem em xeque a base da representação política no País. Os números do levantamento concluído em março traduzem uma insatisfação que ficou explícita três meses depois, com a série de manifestações que se alastraram pelas cidades brasileiras. A mesma pesquisa – feita em 2010 pela Transparência Internacional – mostra que, no Brasil, a situação se agravou: três anos atrás, o índice de descontentamento sobre o tema era de 74%. Leia

Tai, ó, não precisa fazer plebiscito. Qualquer criança sabe, qualquer criança brinca... é só perguntar pro Gabrielzinho. Mas é bom essa turma ir tocando a política com mais cuidado, pois pra esse índice de insatisfação chegar a 100%, não deve levar mais três anos não... e aí, a praça dos Três Poderes pode virar uma praça Taksim ou até coisa pior, como uma Tahrir, no Egito.

As semanas se arrastaram, sem nenhum sinal de que os estudantes seriam processados ou libertados em breve. O "comitê de presos" clandestino de apoio aos detidos conclamou os alunos das escolas secundárias de Córdoba a fazerem uma marcha pelas ruas exigindo sua liberdade. Alberto convidou Ernesto, então com 15 anos, a se juntar a eles, porém, surpreendentemente, ele se recusou. Ele aderiria, disse, somente se lhe dessem um revólver. Argumentou com Alberto que a planejada marcha era um gesto inútil, que pouco adiantaria, e os estudantes iam "levar uma surra monumental com cassetetes.


No trecho acima, Ernesto é Ernesto Guevara, que aos quinze anos já sabia que para se fazer um bom omelete é preciso quebrar alguns ovos.  O texto foi retirado do livro “Guevara - uma biografia” de Jon Lee Anderson, que comecei a ler esta semana pra ver se, digamos, me inspiro um pouco. Já havia lido uma biografia sobre Che – faz tempo - mas achei meio fajuta, essa parece muito boa – foi lançada em 97... mas há de ter muita fé para se crer en la Revolución, pois são quase 900 páginas. new toyora camry

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Saneamento sim, teleférico não!

Extra... extra, teleférico não! “Já querem implementar o PAC 2, mas as obras do PAC 1 ainda não estão prontas. Querem colocar teleférico e escada rolante, mas de que adianta? Tem lugar com esgoto a céu aberto na Rocinha”, contestou a jovem que ontem fazia parte dos protestos na Rocinha (Rio de Janeiro). Leia - “Escola e posto de saúde insuficientes e o governo que gastar uma fortuna pra instalar um teleférico na Rocinha, como se ali fosse uma estação de esqui nos Alpes suíços” – Ricardo Boechat no jornal da Band.