terça-feira, 23 de abril de 2013

É o bicho


Entre olhares de admiração, espanto, surpresa e curiosidade, a cadela Clara, da raça fila, com três anos e 73 kg, entrou ontem tranquilamente pela recepção e passou por corredores de um dos mais importantes hospitais do país, o Albert Einstein, em São Paulo. Ela foi visitar o dono, que está em tratamento contra um câncer na bexiga.

Após três anos de testes e preparo de equipes, o hospital liberou, sob rígido protocolo, que bichos de estimação, às vezes considerados membros da família, visitem pessoas internadas --mesmo em unidades semi-intensivas. [...] A entrada de bichos no Einstein --gatos e passarinhos também são aceitos-- faz parte também do cumprimento de regras de uma certificação internacional de humanização que o hospital conseguiu no ano passado. Leia

Minha a miga Cacau, afirma que isso não é novidade, pois um hospital de Brasília – lá pelos idos de 1973- no auge do AI5 – hospital esse o qual ela não divulga o nome nem sob tortura – adotou essa mesma estratégia. Mas por causa de uma sequência, desastrosa, de problemas, a diretoria se viu obrigada a cancelar tal procedimento.

Segundo a Cacau, duas ocorrências, que causaram verdadeiras tsunamis na estrutura da corte brasiliense, contribuíram, sobre maneira, para a decisão de cancelar o tal benefício. O primeiro envolveu um embaixador e sua esposa. Casal muito badalado no eixo Brasília-Búzios-Paris. Após uma delicada cirurgia plástica, a esposa do embaixador encontrava-se internada no referido hospital, quando o devotado marido foi visitá-la, acompanhado de um casal de dogue-alemão, muito querido da francesa-senhora. Porém, por ordem expressa da diretoria, a paciente só poderia receber dois visitantes a cada visita, uma vez por por semana. Ela optou pelo casal de dogue. O embaixador durante quatro semanas – tempo que durou a internação da jovem-francesa - postou-se na recepção do hospital, por uma hora e trinta minutos, que era o tempo de duração da visita. Assim que a jovem consorte teve alta do hospital, para seu azar, o embaixador deu-lhe baixa no casamento.

O segundo caso, que foi derradeiro para o fim do tal procedimento, se deu quando um famoso general, também internado no mesmo hospital para exames, ditos de rotina, mas que duraram 10 dias, decretou a entrada de três éguas Andaluz, consideradas membros da família e pelas quais tinha grande apreço. Bem, o resto da história fica por conta da sua imaginação. É claro que abafaram o caso. CDantas

Postado originalmente em 04 de Abril de 2013